Afinal, qual é o limite das provocações no voleibol?



O voleibol brasileiro possui uma torcida fiel e apaixonada. Responsáveis por alimentar algumas das rivalidades mais quentes do esporte, os torcedores enaltecem o orgulho pelos seus clubes e jogadores através de muitas provocações. A última edição do Mundial Interclubes Feminino, realizado neste mês de maio no Japão, protagonizou mais um episódio desta rivalidade que merece a nossa atenção. 

Após conquistar o vice-campeonato do Mundial, algumas jogadoras do Rio de Janeiro/SESC desembarcaram no Brasil com uma recepção acalorada de sua torcida. Sempre atenciosa com seus fãs, a ponteira Régis foi o alvo para uma brincadeira que não repercutiu tão bem entre os bastidores do volei. Ao agradecer o carinho da torcida, Régis posou para fotos portando cartazes com provocações ao adversário Osasco/Volei Nestlé, seus patrocinadores e o seu respectivo resultado negativo no Mundial. 


Neste registro, Régis é vista sentada em um balde com o cartaz escrito “Vedasix” (alusão ao patrocinador Vedacit e ao sexto lugar conquistado pelo Osasco no campeonato) e segurando o cartaz que reproduzia a pergunta: “O terror  é de quem? #ORoleÉNosso” (alusiva à campanha do patrocinador Nestlé ao time paulista nesta temporada).

Após ser duramente criticada pela torcida adversária, Régis fez questão de esclarecer o episódio em suas redes sociais:



A rivalidade Rio de Janeiro x Osasco centraliza uma batalha de torcidas vibrantes e provocativas. Na internet, os dois clubes e suas jogadoras são pautas para as mais divertidas e apimentadas brincadeiras, algumas com cunho ofensivo e pessoal, mas previsivelmente esperadas pela ótica de um torcedor. Entretanto, quando a provocação de torcedores é reproduzida por profissionais do esporte, a situação é interpretada com seriedade. 

Em 2012, as jogadoras do Osasco também deram voz a esta rivalidade. Ao comemorarem o título da Superliga Feminina 2011/2012, o coro comandado pela central Adenízia provocou os treinadores derrotados naquele campeonato, Bernardinho e Paulo Cuoco. Confira o vídeo:


No voleibol, é preciso definir um limite de afrontes e provocações. Com um mercado tão flexível e uma estrutura sensível de investimentos, o esporte e seus profissionais ficam reféns de circunstâncias externas e institucionais onde episódios como estes podem afetar diretamente a carreira e o destino de seus integrantes. A não menos quente rivalidade entre Minas x Praia Clube já fechou portas para jogadoras que, no time oposto, demonstraram uma postura irregular fora das quadras. Profissionais e torcedores não podem confundir os seus papeis, provocações são saudáveis e positivas desde que feitas apenas nas arquibancadas. 

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