Opinião: O brilhante trabalho das comissões técnicas na Superliga Feminina



A temporada 2016/2017 da Superliga Feminina de Volei foi especial para os profissionais que não entram em quadra. O destaque de jogadoras que não estão no topo do ranking de pontuação da CBV e a revelação de uma jogadora pouco conhecida do público também passam pelo mérito de comissões técnicas que buscaram, no esforço de cada treino tático, a qualidade que a falta de investimentos vem afetando nos clubes brasileiros.

No início de 2016, uma enxurrada de críticas e questionamentos assolou a nova fase que o Volei Nestlé/Osasco estava prestes a iniciar. Ao se despedir da ponteira Carcaces e as centrais Thaísa e Adenízia, o clube paulistano remodelou praticamente a equipe titular inteira, mantendo apenas as estrelas de Dani Lins e Camila Brait. Com a chegada de Tandara, Nathi, Bia e as servias Bjelica e Malesevic, uma nuvem de dúvidas e apreensão pairou sobre os ombros das meninas. Coube à comissão técnica do Volei Nestlé/Osasco (com o reforço de peso de Spencer Lee) administrar a paciência e qualificar o potencial de cada uma de suas jogadoras. O resultado o país assistiu no mês anterior, quando o clube paulistano voltou a figurar na final da Superliga, com destaques individuais para Tandara em sua melhor fase, Bia imponente no meio de rede e Gabi, reserva de ouro consistente na recepção e defesa da equipe.

Ninguém soube aproveitar melhor a oportunidade que Drussyla. De talismã no saque à peça fundamental para a conquista do título, a carioca deve muito do seu brilhantismo em quadra à já famosa e competente comissão técnica do Rexona/Sesc. O clube carioca é conhecido pela sua escola de formação de jogadoras, onde a estrela de uma grande contratação abre espaço para integrantes com fundamentos refinados. A levantadora americana Thompson comemorou o título da Superliga Feminina 2015/2016 no banco, dando espaço para Roberta colocar em prática as estratégias de distribuição de jogo no estilo de Bernardinho. Neste ano, a holandesa Anne pecou em sua recepção e deu à Drussyla, de 21 anos, a chance de mostrar o poder de um acompanhamento profissional vigoroso.

Outras equipes comprovaram o talento das comissões técnicas. O Terracap/Brasília deu dor de cabeça às grandes equipes na primeira fase da competição, botando Amanda e Paula Pequeno para trabalhar em grande estilo. O reconhecido retorno do Fluminense à elite do Voleibol e a afiada equipe montada aos poucos pelo Camponesa/Minas são exemplos de eficiência tática. Em contrapartida, o Dentil/Praia Clube investiu caro para manter 100% da equipe vice campeã e ainda trazer a o gigantismo de Fabiana, mas sofreu com lesões e não desempenhou a mesma performance da temporada passada.

Texto de Lucas Mattos

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