Análise tática: Alemanha x Brasil


Fonte:CBF

A Seleção Brasileira Feminina de Futebol encarou a Alemanha, em um amistoso, na tarde de hoje (04) no Stadion am Hardtwald, em Sandhausen. A partida, que não foi data FIFA, foi vencida pelas anfitriãs por 3x1, acabando com a invencibilidade da treinadora Emily Lima no comando da nossa Seleção. Vale lembrar que por não ser data FIFA algumas jogadoras não foram liberadas por seus clubes, como a nossa melhor jogadora, a Marta. O Seu Esporte Brasil traz mais uma análise tática, pra você entender um pouco do que foi o confronto.

O Brasil tentou propor o jogo nos primeiros minutos, com circulação de bola através de apoios, pivôs e exploração dos corredores laterais, mas a Alemanha rapidamente entendeu a proposta e adiantou sua marcação para complicar as saídas de bola brasileira:


Devido as dificuldades ocasionadas pela Seleção Alemã , as brasileiras começaram a errar vários passes e em consequência a perder a posse de bola para as adversárias. Emily tentou compactar sua equipe na organização defensiva. Postadas em duas linhas de 4 muito claras, que marcavam de maneira zonal, em bloco médio/baixo (com suas 11 atletas em seu campo defensivo) e sempre atrás da linha da bola, a estratégia era de não ceder espaços ao time alemão:


Nossas adversárias, com a posse da bola a seu favor, foi mostrando aos poucos seu modelo de jogo: procuravam circular a bola a partir de sua defesa, formando uma linha de 3, com muitas triangulações, tabelas e ultrapassagens nos corredores laterais, além de explorar o centro de jogo da, com constantes infiltrações nas costas da defesa brasileira. 


A estratégia alemã começou a funcionar e obrigava a goleira Bárbara a fazer boas defesas. A exploração dos corredores laterais, originavam diversos cruzamentos na área brasileira, que possibilitava a equipe da casa jogar em amplitude e profundidade na construção de suas ações ofensivas, explorando rápidas triangulações e tabelas entre suas jogadoras, como pode ser percebido na imagem abaixo. O Brasil continuava a perder rápido a posse de bola. Tentava sair construindo o jogo através de passes, mas sem sucesso. Seu meio-campo não conseguia quebrar as linhas de marcação adversária e suas referências frontais (atacantes), por vezes, buscavam jogar mais próximas de suas companheiras, sem efetividade.  


As duas linhas de 4, que procuravam estar compactadas, acabaram por oferecer espaços entre suas linhas (entrelinhas, como na ilustrado abaixo) e assim surgiu o primeiro gol da Alemanha. Infiltração pelo centro de jogo, chute na trave e no rebote Dallmann abriu o placar. Em síntese, essa era a organização ofensiva das anfitriãs. Efetiva e eficaz durante o primeiro tempo.


Nos primeiros minutos do segundo tempo, uma surpresa: Ludmila aproveitou falha da goleira adversária, roubou a bola e empurrou para a rede. 4 minutos e tudo igual no placar. Aos 18', em cobrança de escanteio, a mesma Ludmila quase virou o jogo, após cabeçada para fora. O que parecia ser uma reação da Seleção Brasileira, foi logo contida pelas alemãs. 

O Brasil ficou sem alternativas. Sua organização ofensiva acontecia com suas jogadoras distantes e uma forte pressão das adversárias, que buscavam a rápida recuperação da posse, entrando em transição ofensiva. Transição essa, que também não funcionava com a nossa seleção, mesmo procurando o jogo mais direto e vertical, diferente de suas características. 

Com o domínio total das ações do jogo e a falta de jogo posicional ofensivo brasileiro, a Alemanha marcou mais duas vezes. Kaycki, aos 19 minutos e Maier aos 32' selaram a sólida vitória Alemã. 



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Twitter: @camilaaveiro

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